sábado, 11 de dezembro de 2010

ALEX RODRIGUES PAIVA apaiva210778@hotmail.com tel.: 67-99785764 Corumbá/MS UFMS


Mentes transfronteriças

Num dos momentos mais magistrais de nossa História, estaremos todos derrubando as muralhas circundantes de nossas fronteiras pessoais e fazendo a grande integração que nos tornará membros de um mesmo clã.

Sim... há barreiras que nos isolam de nós mesmos. Que nos segregam de nossa própria condição humana. Que nos “egocentrizam” num mundo virtual, paralelo e sub-reptício.

Estórias trazidas à tona pela própria História. Nações inteiras afogadas num consumismo desenfreado, retirando de nossa galeria de conquistas a mais doce entre todas: a compaixão suscitada pela miséria alheia. São esses os nossos limitadores.

Somos seres... alguns, humanos, outros, simplesmente homo sapiens. Colocamo-nos no ápice da evolução das espécies, somos pois, os dominantes de todas as ditas subespécies restantes. Somos pois, os civilizados dentre todos os seres viventes nesta grande Nave-mãe-Terra. Seríamos mesmo?

Ao analisarmos nossas ações, chegamos a outras conclusões. Somos a única espécie juntamente com os porcos que poluímos a própria água que nos sustenta. Somos a única espécie que destrói seu habitat, não por necessidade, não por sobrevivência, mas sim por um vulgo “bem maior” chamado desenvolvimento industrial – mola-mestra de nosso tão celebrado Capitalismo. Somos a única espécie deste planeta que mata outros seres de sua mesma raça. E ainda sim, somos civilizados. Somos?

Talvez devêssemos ser mais silvícolas. Talvez devêssemos aprender mais com nossos companheiros de jornadas destituídos de civilização – os animais. Não construíram grandes impérios, é verdade! Não perpetuaram sua história nos séculos, não desvendaram mistérios indissolúveis, não chegaram a Lua... mas tampouco, destruíram seu planeta em nome da supremacia de seus interesses civilizatórios, mataram membros de sua espécie guerreando em nome de Deus, da paz ou da Liberdade.

Lembremo-nos que a desgraça não respeita fronteiras. A morte não precisa de visto e sua bagagem não possui limite de peso ou itens a serem levados. Ela simplesmente toma o que escolhe. Assim, o mal que plantamos em nossa enésima parte do planeta, terá sua contribuição diretamente proporcional ao mal maior em todo o ecossistema. Estamos vendo tais sinais. Geleiras contraindo-se alarmantemente devido ao aquecimento global, inundações catastróficas em várias partes do globo, secas exterminadoras, fome mortal... Percebemos pois, que tais eventos cataclísmicos são cada vez mais recorrentes e certamente decorrentes de nossa supremacia civilizatória. Tais paradigmas provam que a extra-territorialidade de nossas ações são trans-fronteiriças.

Há também que se notar que o homem como indivíduo integracionista possui fronteiras personalíssimas, afinal é um microcosmo associado a outros microcosmos formando legiões que devido aos seus laços sócio-culturais se acomodam de maneira nacional em seus “berços esplêndidos”. São essas fronteiras que são tão perigosas quando não se permite sua derrocada. Nunca se viu um gato, um cachorro, um avestruz ou qualquer outro animal com preconceito, com racismo de seu semelhante. Entendem-se todos dentro da mesma espécie como seres iguais. Respeitam-se mutuamente... Talvez esse seja o maior exemplo da Natureza: a equidade entre cada indivíduo e o respeito inequívoco entre eles.

Devemos lembrar a cada dia da necessidade de tratarmos nosso semelhante por meio do princípio reflexivo: somos todos reflexos genéticos de nossos antepassados, assim, compomos uma única sinfonia universal que em seus acordes mais afinados nos bradam a nossa fraternidade global, nossa igualdade racial e nosso bem maior, a liberdade trans-nacional desta grande Aldeia-Mundo. Somos todos de uma única raça – a Raça Humana. Somos todos de um só lugar – O planeta Terra. Assim, nada mais pertinente que entendermo-nos todos como pura e simplesmente terráqueos.

Caiam as fronteiras do egocentrismo de cada um de nós, caiam as fronteiras do preconceito nacionalista, caiam as fronteiras do preconceito racial. Este é o bem maior que a capacidade de reconhecer letras levarão aos quatro cantos do planeta, esta é a bandeira a qual levantamos em nosso mastro espiritual. Esta é a proposta que a formação de Professores de Língua Portuguesa traz em sua contextualização: assim como o conhecimento não tem fronteiras – é universal, assim serão nossas atitudes enquanto Seres verdadeiramente Humanos. Seremos nações-corpóreas acolhendo outras nações-corpóreas, destituídas de preconceitos, racismos ou quaisquer formas segregacionistas que aniquilam a nossa capacidade plena de se reconhecer no próximo, sentindo em nós mesmos a dor que acomete o outro!

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