Ednilson de Paulo nasceu em Presidente Epitácio São Paulo SP, ilitar da reserva remunerada da Marinha de Guerra do Brasil, o poeta já participou de diversas antologias dentre as mais recentes citamos “ Palavras Provisórias do Horizonte” Poesia do Brasil vol.07” e Poetas En/ Cena” parte de seu acervo literário pode ser encontrado em seu blog www.retratosdaalrna1.blogspol.com/
( paulo) CONTATO; depaulo34@yahoo.com.br
QUALQUER COISA
Um sapo
um lago
uma flor
um espinho
um ninho
um passarinho
um casulo
uma borboleta
o verde
o violeta
qualquer traste
qualquer tresta
pra qualquer coisa
que qualquer coisa for
qualquer nada
em lugar nenhum
qualquer coisa
que amenize
o destempero
o desespero
o engano
o peso
e a miseria
de ser humano
CRIA E CRIADOR
Esgarço a pele da palavra
até transpassar-lhe todo sentido
voo para
o abstrato
metafísico
vou ao encontro
de um mundo inexplorado
onde nada,
absolutamente nada,
foi nominado
sou o que sou
e são as coisas
o que podem ser
nenhuma idéia me é imposta
antes que eu a faça idéia
O poema nasce no poeta
como o mundo nasceu em Deus
tudo é potência
do que pode ser
(Paulo) CONTATO; depaulo34@yahoo.com.br
CHOCOLATE E ANIS
Derreta-se sobre o meu corpo
Acalme minha boca
Adoce meus sentidos
Delicie meus pensamentos...
Escorra pela minha saliva...
Adocique minha vida
Entretenha-me em seu prazer
Derreter-se em meus dedos...
Sentirei o doce do mel
Do chocolate vindo do céu
Comparado ao melhor beijo
Derretido em meus desejos...
Provoque meus anseios....
Beberei teu gosto
Levarei tuas sensações
E me deliciarei nas diversas
Pretensões...
Mil e uma sensações...
Poesias e canções...
Sinestesia de poesia!
Licor de Anis!
Quero Bis !!
(Lia Megi)
ARDE A ARTE!
A dança me seduz
O teatro me vicia
A filosofia me enobrece
A poesia,me consola
A música me acalma
A pintura me encanta
O cinema me domina
A cultura me envolve
Arte que me arde
Me arde as veias e
Refresca a vida
Que me e vivida
Pelo prazer
E pelo Ímpeto do gozo de arder
Arder a arte
Só pelo prazer
Prazer de viver
Por ela
Morrer!
(Lia Megi) CONTATO; liamegi@gmail.com
QUE NÃO ME FAÇA MAIS ESPERAR
Como queria voltar a ser!
Como que cerne antes da casca
Que se emplastra depois
Como quando mais que dois
Em vários de mim.
Sentindo-me quase sem fim, pois.
Quando qual marfim me era
Este bastão mágico com qual escrevo...
Não hoje: pluma de quimera.
Ah, quisera comigo rever-me!
Reter-me... ah! Quisera,
Inigualar, reverter
E expressar meus mais profundos sentimentos
Quais auscultava
Por quaisquer momentos.
Cada qual sob doce movimento
Ou qual o rude pouso das palavras
Durante tormentos!
Não. Grotesco sou n'hoje.
Impuro, enclausuro no meu despertar!
Mas que não me faça mais esperar...
CONTATO; cantoraalternativa@yahoo.com.br
A MUSA E O POETA
Lucio Guerreiro
É um poeta bonitinho
E uma musa feiazinha!...
Mas vejam que poeira
Por sobre a escrivaninha.
Eis uma macieira com "erva-daninha".
Quem sabe, no Éden
Não havia outra Assim, "bonítinha"?
Tal qual na suspensa "Azul-Esferinha"?!
O que há de errado
Regá-la absolvendo o "pecado"?
Oh, mais belo o lodo na água clarinha!
Eis a musa mais que o poeta: Perfeita!
Pois não havendo no que ser trabalhada,
Não há como ser valorizada,
A beleza que só a feiúra ajeita.
DESCRENÇA
No branco da hóstia santa,
No tinto do vinho amargo
Eu me confesso perdido.
Não me encontro nos confessionários.
No ermo escuro da fé
Quase sempre tropeço.
Na prepotência do que não espero,,,.
Na onípotência do que não enxergo,
Eu sempre me despeço.
Pela falta de verdades absolutas
Sinto-me tonto entre o azul do errado
E a rigidez natural do certo.
Vejo-me em calmarias e tempestades
Entre pradarias e desertos.
E percebo o demónio dentro do anjo
E o anjo que o demónio contém,
E as pessoas em filas não vêem
Não mudam, e mudas, só dizem amém
(Tonho França) CONTATO: tonhofranca@terra.com.br
CENSURA
Mesmo que não ouça o que eu digo
Uma parte em você por menor que seja
Entenderá e sofrerá o castigo.
Mesmo ciente que eu também há muito
Perdi por culpa de vocês a inocência,
O último verso que me resta
Atingirá em cheio o que resta da tua consciência.
Mesmo que não me conceba
E num gesto insano, de assassina loucura
Aborte-me, por eu ser assim tão indigesto,
Será tarde demais, já serei feto.
Mesmo que me tire de cena
E incendeie todas as plateias
Que me amarre as mãos
E de forma atroz me roube a voz
Será tarde demais Já serei ideia.
E se, insistindo, matar o broto que resta de mim
E eu virar um corpo sem forma, tosco
Num canto em meio ao lixo em desarranjo
Será tarde demais, surgirei anjo rindo ao som das trombetas
E você, ah! idiota, nunca passará de uma faixa preta
(Tonho França) CONTATO: tonhofranca@terra.com.br
Lucas Matos é natural de Salvador, onde reside atualmente. Além de poeta, Lucas ó professor de Lingua Porltguesa e Literatura Brasileira. Convicto religioso, acredita na supremacia do seu Deus e vê nele a verdade absoluta de todas as coisas. Casual, centrado e minímalista. Valoriza as coisas simples da vida.
NOVA-MENTE'
Eu acordo e sinto um barulho
cheiro uma cor, vejo o ar
naufragar por entrecortadas moitas
soltas, gargalhadas mudas.
O tempo se esvai
a chuva cai por entre as nuvens
eu ando solto, sentimentos surgem
e eu fico feito um bobo.
Outra vez pego a caneta e o papel
manchado, o corpo ensanguentado
penso calmo, relaxado?
talvez não, certeza de chorar.
A mente turva, os sentidos mentem
a vida invariavel(mente)
me chama para o absurdo de viver louco,
apaixonado, fico a escrever.
Mas nova(mente) a solidão me criva
uma espada, encrespada de tristeza
me causa dor, tão forte, alteza
que vou dormir, pó, por sobre a mesa.
E amanhã, no lastro de alabastro
quebrado, turvo, curvo o peito
aperto o coração, de um jeito
que só o amor, permanece, perfeito.
(Lucas Matos)
“ Nada prejudica tanto uma nação, quanto gente astuta se passar por inteligente”
(Erancis Bacon)
O HINO
Onde está a Pátria amada
Os filhos fortes, a mãe gentil?
Será que ainda és adorada
Entre outras mil?
Continua em berço esplêndido
Iluminada ao sol do Novo Mundo,
Ainda ha gritos profundos
Retumbantes, à liberdade?
Existe mesmo a igualdade
O Amor e a Esperança?
E o teu futuro
Ainda espelha alguma grandeza?
Pois se até a natureza foi vendida
Quem ainda acredita
Que “nossos bosques têm mais vida"
E "nossas vidas mais amores"?
Quem ostenta o lábaro estrelado
Seja não há glória agora
E nem houve no passado?
E quem ergues da justiça a clava forte
Se mesmo quem te adora
Teme a própria morte?!
Terra adorada
Você já foi amada, idolatrada
Mas agora
Os filhos deste solo, mãe gentil,
Venderam tudo,
A pátria amada, Brasil.
(Lucas Matos)
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