quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

CANTO A ILU AYÊ

Negro é raiz da liberdade

Mais forte que qualquer outra

E faz nosso povo se unir

Hoje muito mais que outrora.

Porém, os chacais que o rondam

Ainda encontram lacaios

Contra o nosso porvir.

Pois quem nasceu para Judas

Não se cansa de trair.

Ilu-ayè tem o sorriso negro

pra fortalecer meus irmãos

E regar a flor da resistência

Desde a grimpa dos morros

Até a vereda mais úmida

Em prontidão na tocaia

Para emboscar bate- estradas

E avisar aos capatazes

Que quem brinca com corda

Acaba dependurado.

Ilu-ayé tem o abraço negro

Pra fortificar os quilombos

E multidões de Zumbis

Com suas bandeiras erguidas

Pra celebrar nosso Rei.

Que deu seu sangue por nós

E merece gloria eterna.

Ao cismar sozinho relembro

Que todo instante da vida

E sempre vinte de novembro

Com a dignidade iluminada

E o espírito pleno de Axé.

Pois nossa pele tem mais sol,

Nosso céu tem mais luar.

Nosso povo tem mais força

Quanto mais amor doar.

Não permita Deus que eu morra

Sem que ainda faça um poema

Digno da beleza negra

Com maior engenho e arte,

Que exalte Rainha Dandara

Zumbi e Solano Trindade

Com uma imensa quizomba

Para alegrar nossa raça

E cantar pra ilu-ayê.

OBS: Ilu-Ayê: Terra da Vida

Antonio Cabral Filho

Nenhum comentário:

Postar um comentário